sábado, 5 de fevereiro de 2011

O mundo dentro de um chip... mas que mundo?


O mundo inteiro dentro de uma CPU ou de um chip de celular, um planeta sem fronteiras vivendo uma “aldeia global”, passando a idéia de que a nossa amada Terra simplesmente encolheu. É este o discurso dos entusiastas do processo de globalização, principalmente dos que mais lucram com ele, isto é, os grandes capitalistas.

            Se compreendermos globalização como uma forma de integração intercontinental, sua origem remonta ao século XVI, época das grandes navegações. No entanto, o que vivemos é resultado de uma profunda transformação do sistema capitalista, que após séculos chega ao seu auge com ares de juventude. É resultado direto da conjuntura bipolar que se configurou após a segunda guerra mundial (1939 – 1945), quando cá no ocidente os EUA espalharam e impuseram seu consumista american way of a life e suas indústrias. Com a dissolução da URSS, no anos 90, acabara-se o último contraponto à hegemonia estadunidense, conseqüentemente a consolidação do capitalismo e suas variações como principal modelo político-econômico.

            Este é o cenário que hoje se apresenta a nós, onde não somos meros expectadores. Nos últimos vinte anos presenciamos a ascensão de um fator detonante de grandes revoluções, a Internet (Veja o  caso do Egito, por exemplo). Por meio dela é possível estabelecer comunicação instantânea entre as mais diversas partes do globo, é o carro-chefe, face mais brilhante e atrativa da globalização. Aqui retomamos o “discurso oficial” apresentado acima, isto é, o do mundo sem fronteiras, com um questionamento: Qual mundo? O mundo dos países ricos ou o da massa miserável, produto enlatado da empresa capitalista? Trata-se de um processo praticamente irreversível, mas é preciso estarmos atentos, e principalmente compreender a dimensão que isto toma na nossa vida.  Se todas as fronteiras foram mesmo derrubadas, por que então um protecionismo econômico cada vez maior das potências, enquanto seus produtos inundam os mais pobres. Não, não há fronteira para as industrias transnacionais, ou seja, as antigas multinacionais atualizadas ao mundo globalizado, que se instalam nas cidades com a mesma facilidade com que saem, aproveitando isenções, incentivos fiscais e mão-de-obra mais barata, deixando um rastro de desemprego. Isso para não falar da semi-escravidão praticada nos países asiáticos, por exemplo, que nem percebemos ao comprar um tênis Nike.

Não há fronteira para os grandes investidores, que aplicam seu bilionário dinheirinho nos mais diversos mercados de ações, arrastando o mundo para a mais terrível crise financeira desde a de 1929. Se a globalização tem um rosto humano, definitivamente não é o que lança cestas básicas de páraquedas no continente africano e acha que todos os problemas foram resolvidos. 

  Como afirma o geógrafo Milton Santos, é possível, não a interrupção deste processo de globalização, mas sim um novo modelo mais humano e justo, apesar de utópico. A partir do momento que deixarmos de acreditar e lutar pela justiça, aí sim a desigualdade se tornará irreversível. 

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Grande abraço a todos!!!

Alessandro Santana

Um comentário:

  1. bom texto, mas infelizmente justiça não é bem o nosso lema, temos trabalhadores que suam das 6 as 18:00 para ganhar 2 salarios, enquanto um deputado ganha 45 salarios para trabalhar bem menos, fazendo MENOS ainda rsrs...

    Enfim, nao quero entrar em polemica, apenas deixar uma pergunta.
    Os poderosos não deixarão de ir atras de petroleo para ir dar comida pra continente que eles mesmos destruiram, então a questão é:
    o'que podemos fazer, para que esta nova geração cresça e não sejam corrompidos pela sociedade?

    Abraços
    Wesley

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