sábado, 15 de maio de 2010

To be or not to be, this is the question...


Somos donos do nosso próprio caminho? Ou por mais que lutemos, nunca sairemos do que já foi previsto para nós, isto é, estávamos predestinados a lutar até o fim? Eis a questão...


Na mitologia grega "destino" é uma das três moiras ou parcas (para os romanos), que com seus fios, na roda da fortuna, teciam a sorte dos homens e deuses, e a cortava quando bem entendesse. Nem mesmo o todo poderoso Zeus podia contra ela, pois qualquer coisa que fizesse alteraria de modo definitivo a sorte de todo universo.

Na filosofia também há um intenso debate em torno da questão do "livre arbítrio". Atualizando alguns questionamentos de Bento de Espinosa, como podemos ser livres para escolhermos o que queremos e como queremos, se a cada dia os cientistas descobrem em nosso DNA algum gene que nos faz propensos a fazer tal ação?

Bom, não é a primeira vez que me faço essas perguntas, mas, por mais imbecil que possa parecer, ela me voltou à tona assistindo o último filme da sequência clichê "Premonição". No filme, um rapaz tem uma visão sobre um grave acidente num autódromo, sanvando a si mesmo e várias outras pessoas de uma tragédia. Nem é preciso ter um dom especial para saber o que acontece em seguida, como em todos os outros filmes, a "morte" leva de forma ridícula cada um dos sobreviventes, na sequência em que deveriam ter morrido.
Tendo pistas sobre o próximo a ir para o "mundo de Hades", ele tenta a todo custo enganar a morte, aparentemente conseguindo, até que, instantes antes de ser atingido por um guindaste desgovernado, se dá conta de que tudo o que havia feito era a vontade do destino, que os conduzira até ali.

É exatamente nesse ponto que imagino nossa sociedade bastante próxima das da antiguidade. Assim como nós, por mais "desenvolvidos" que fossem, na falta de um conhecimento concreto, recorriam a explicações mitológicas e fabulosas, das quais hoje rimos e achamos imbecis, mas que fazemos igual. É muito comum as pessoas colocarem na conta de Deus, diabo ou ao destino seu sucesso ou fracasso, se omitindo de assumir a responsabilidade de construtor de seu próprio caminho, pois é muito cômodo e menos doloroso não encarar a vida como ela é. Bom, esse papo vai longe...

Abração!!!!

terça-feira, 4 de maio de 2010

"Agora falando sério"...

Agora falando sério
Eu queria não cantar
A cantiga bonita
Que se acredita
Que o mal espanta
Dou um chute no lirismo
Um pega no cachorro
E um tiro no sabiá
Dou um fora no violino
Faço a mala e corro
Pra não ver banda passar

Agora falando sério
Eu queria não mentir
Não queria enganar
Driblar, iludir
Tanto desencanto
E você que está me ouvindo
Quer saber o que está havendo
Com as flores do meu quintal ?
O amor-perfeito, traindo
A sempre-viva, morrendo
E a rosa, cheirando mal

Agora falando sério
Preferia não falar
Nada que distraísse
O sono difícil
Como acalanto
Eu quero fazer silêncio
Um silêncio tão doente
Do vizinho reclamar
E chamar polícia e médico
E o síndico do meu tédio
Pedindo para eu cantar

Agora falando sério
Eu queria não cantar
Falando sério
Agora falando sério
Eu queria não falar
Falando sério

(Falando sério - Chico Buarque / 1969)

Talvez não tenha sido essa a intenção do grande mestre Chico Buarque, em 1969, quando compôs essa música, mas vejo nela uma imensa vontade de chutar o balde geral, de mandar certas coisas e pessoas para aquele lugar bem longe onde a ponte se partiu... Pois é, algumas vezes é desta forma que me sinto.

Entretanto, Chico é o Chico, o cara é gênio! Só ele mesmo pra exprimir de forma tão categórica aquilo que aparece quando o sangue ferve e você se vê dando um golpe de kung-fu no tal fulano... hehehehe

Mas o negócio, para nós reles mortais, continua sendo o bom e velho contar até 10 (100 se precisar), imaginar a pessoa com nariz de bozo, dançando o rebolation ou pagando qualquer outro mico. Quando o sangue ferver, não esqueça, essas técnicas funcionam de verdade!.

Abração!!!