sábado, 11 de fevereiro de 2012

2012 e a crise financeira mundial...

Em 2008, o mundo foi arrastado para uma séria crise econômica, a maior desde a grande quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929. As razões para que ela acontecesse com tamanha intensidade são muitas, mas passam principalmente pela irresponsabilidade da governos e mega investidores, e pela falência do sistema econômico neoliberal.

Ainda tenho um exemplar da revista "Exame" de 2007, quando especialistas debatiam se as oscilações do mercado fincanceiro na época eram um mero ajuste técnico, já que nunca antes na história tinha-se ganhado tanto dinheiro com o mercado financeiro, ou o prenúncio de uma tempestade... E a tempestade veio no ano seguinte, avassaladora, promovendo quebras de bancos, empresas e Estados, espalhando o desemprego e a insegurança.

Não é por acaso que os maiores atingidos foram os mais ricos, e por tabela quem deles dependiam. Tudo estourou junto com a bolha imobiliária nos EUA e a globalização acelerou sua disseminação  por todo planeta. Em meio ao caos, Barack Obama surgiu para os americanos como um líder com possibilidade de  implantar as reformas sociais que o país tanto necessita, além de combater o desemprego recorde que assolava a população.

Passados 4 anos, pouco foi realmente feito. A economia americana, antes estagnada, hoje se recupera a passos lentos, em parte devido aos esforços de Obama em reforçar acordos comerciais com países que sofreram menos os efeitos da crise, como o Brasil e outra lideranças do bloco dos "emergentes". Entretanto, o maior trunfo do presidente, e que possivelmente tenha sido seu passaporte para a reeleição, foi a morte do terrorista Osama Bin Laden, colocando fim a 10 anos de "busca" ao homem que arquitetou os atentados de 11 de setembro de 2001.

Ao observador externo, a União Européia parece uma maravilha , com suas riquezas cultural e financeira, além da unidade política e econômica . Entretanto, o que se vê dentro do bloco é uma situação muito diferente, com imensas desigualdades sociais, financeiras e políticas. O Euro, moeda criada para circular em todo bloco e para num futuro muito próximo substituir o dolar como "moeda oficial" das transações internacionais, rapidamente se tornou super valorizada e custosa para economias de menor porte que a adotaram substituindo suas moedas nacionais. Isto foi um dos fatores (além do próprio mal uso do dinheiro público) que causou grande endividamento destes países que, para manter a inflação sob controle e potencializar os lucros, precisavam fazer inúmeras manobras financeiras e contrair empréstimos de bancos internacionais como o BCE (Banco Central Europeu) e o FMI (Fundo Monetário Internacional).


Foi exatamente isto que aconteceu com maior intensidade com Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Itália, países que adquiriram altas dívidas nos últimos anos para manter a máquina do Estado em funcionamento, e ficaram à beira da falência quando a crise se mostrou muito mais que um mero "ajuste técnico". Ou seja, o Estado gastou muito e mal, os bancos e investidores se enriqueceram com investimentos de altíssimo risco e, quando a fonte de dinheiro secou, quem acabou ficando com a conta foi mesmo o povo, com os famosos pacotes de "medidas de austeridade".


Apesar da União Européia ser composta por dezenas de países, é nítida a liderança política e econômica de Inglaterra, Alemanha e França, que para liberar empréstimos e autorizar a pernamência das nações em crise no bloco, impõe sérias restrições econômicas, que são respondidas com violentos cortes de investimentos fundamentais como educação e saúde, gerando insatisfação e ira entre a população. Na Grécia, por exemplo, violentas manifestações continuam acontecendo, com feroz repressão da polícia e do governo. Greves gerais  e enfrentamentos entre manifestantes e policiais na Grécia são uma constante nos noticiarios de hoje em dia, como se pode verificar nas fotos ao lado. Também na Itália o mafioso Silvio Berlusconi, metido em todo tipo de escândalo sexual, foi substituído pelo administrador Mario Monti, conhecido por sua eficiência em cortar custos onde for necessário.

Neste ponto cabe uma reflexão: para salvar bancos e empresas no começo da crise, os governos injetaram bilhões de dólares do dinheiro público na economia. Agora com estes mesmos governos em crise e quase falidos, de onde virá o dinheiro para socorro? É claro que já sabemos a resposta, é sempre o povo que acaba pagando com alta dos impostos 

Ironicamente, com os altos índices de desemprego no continente, o Brasil surge como um dos principais destinos de europeus afim de fazer seu "pé de meia", revertendo o fluxo migratório que dominou praticamente todo século XX. Se em 2008 os jornais noticiavam que brasileiros estavam sendo sumariamente barrados nos aeroportos espanhóis, agora são eles que precisam cumprir uma série de exigências para entrar no nosso país. Não é vingança, mas um sinal de novos ares na economia mundial.

Aqui entramos num outro ponto fundamental para entendermos a dinâmica  geopolítica do mundo atual, onde alguns países, antes considerados "3º mundo", despontam como futuras potências e conquistam cada vez mais influência nas decisões globais. Mas isso já é assunto do próximo post...

Espero que esse breve resumo de tema tão extenso e complexo tenha contribuído para uma maior assimilação deste tema, e me coloco à disposição para qualquer dúvida.

Abraço a todos!!

Alessandro Santana

2 comentários:

  1. Leitura feita, resumo tambem, vamos aguardar a aula de amanhã...boa noite, abraços, Cybele

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  2. Foi muito proveitosa a aula ,muito boa materia estou esperando a proxima...

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