segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O que a ficção de X-men e Harry Potter tem a ver com a história...

Pra um observador dos anos 1960, os EUA terem um presidente negro poderia ser uma expectativa de um futuro muito distante e até impossível, pois chegavam ao auge as disputas raciais e pela primeira vez na história praticamente toda comunidade negra estava realmente mobilizada em torno de seus direitos. Esta luta, no entanto, era travada por caminhos e ideologias diferentes. Enquanto Martin Luther King pregava o diálogo e a saída pacífica com seu "I have a dream", o líder dos "Panteras negras" Malcolm X organizava uma poderosa milícia que, por meio de ações mais radicais, buscava direitos e liberdade para a população afro-americana.


Situação semelhante encontramos nos HQs e na trilogia de filmes X-men, relativa à comunidade "mutante". Enquanto todo o restante da humanidade os coloca como inimigos e tenta a todo custo eliminar as características que os fazem ser diferentes (qualquer semelhança com as leis de branqueamento e eugenia dos séculos XIX e XX não são mera coincidência), surgem 2 líderes que polarizam a resistência e a luta do povo mutante por vias distintas: Enquanto o pacifista Charles Xavier prega a tolerância e o diálogo entre Homo Sapiens e X-men, Erik Lehnsherr, conhecido por seu poder como Magneto, lidera o radicalismo como única saída diante do fracasso das negociações pacíficas, e da falta de credibilidade da humanidade.

Na realidade, esta reflexão pode ainda ser mais profunda. Tanto Xavier como Luther King tiveram infância e adolescência relativamente tranquilas, com boa situação financeira. Malcolm X e Magneto, por outro lado, vivenciaram desde cedo algo do pior que a vida pode oferecer, sejam elas tragédias familiares da vida real ou a passagem pelos campos de extermínio nazista do personagem fictício.

Um outro paralelo curioso entre ficção e realidade que pode ser traçado por algum cinéfilo ou qualquer outro observador mais atento é a semelhança entre o líder alemão Adolf Hitler e Lord Voldemort, o pior bruxo das trevas de todos os tempos na saga Harry Potter. Hitler absorveu as teorias eugenistas e de purificação racial em vigor na Europa desde o século XIX e as elevou à categoria de extermínio de "raças" humanas consideradas inferiores, pois esta seria a solução final para erradicar para sempre qualquer possibilidade de contágio delas com a raça ariana.

De forma semelhante agiu o vilão do mundo criado pela inglesa J. K. Rowling, que pregava o domínio completo do mundo pelos bruxos de sangue puro sobre os "trouxas" (não bruxos), iniciando uma grande guerra para atingir tal objetivo. Se Hitler tinha a SS e Gestapo para atuarem a seu favor, Voldemort tinha como trunfo os "Comensais da morte"...

Da mesma maneira que Hitler não era alemão, mas austríaco, e se recusou a lutar na guerra por seu país natal, depois assumindo o poder da Alemanha, o "Lord das trevas" abandonou seu nome de batismo, Tom Riddle e com ele sua metade completamente humana, para defender a nova ordem da raça de bruxos purificada.

Posso estar completamente equivocado, mas são paralelos curiosos que percebo entre o que é história e o que é ficção, sendo alguém completamente apaixonado por cinema e história. Há outras associações possíveis, basta deixar sua criatividade trabalhar livremente... O que mais eu poderia dizer, tudo é História!

Abraço!!

Alessandro Santana   

Um comentário:

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