Hipótese da física quântica da existência de um multiverso, ou seja, vários universos possíveis. |
Vivemos em um insignificante planeta, localizado numa galáxia dentre bilhões de outras galáxias, num universo (já se considera multiverso, ou seja, vários "universos") constantemente em expansão.
Quando se tem noção da imensidão disso tudo, é difícil não acreditar que por trás de tanta perfeição não haja algum tipo de força maior, criadora. É difícil acreditar que tudo tenha acontecido e se formado apenas pelo acaso. Não consigo descartar a existência de Deus.
Entretanto, da mesma forma, quando tomamos consciência do nosso tamanho e importância diante do multiverso, percebemos que ele não gira em torno do nosso umbigo. Amadurecendo o pensamento, não dá pra acreditar na figura de Deus como sendo um homem, pai ou o que seja, que a todos vigia e que a todos pune. Não acredito nesse Deus propagado pelas religiões, e acho que, se ele está mesmo por trás da criação de algo tão grandioso, ele tem mais o que fazer do que atirar pedras em "pecadores".
Acredito que Deus não está preocupado se você foi ou não à missa/culto hoje, se pagou seu dízimo, quanto deu... Não está preocupado se beijou outro homem ou outra mulher, se fez sexo antes do casamento... enfim, é um absurdo acharmos que algo que fazemos pode "ofender" a Deus, e usarmos o discurso religioso para justificar nossas próprias hipocrisias. O que transgredimos, em alguns momentos, é o conjunto de normas sociais a qual chamamos ética, que rege nossa vida em sociedade procurando a melhor forma de convívio para todos. E a ética e os valores "morais" estão sempre em transformação, de acordo com o contexto histórico.
O que existe é a lei do retorno, isto é, quando você faz o bem e emana energias positivas, é isto o que tens de retorno. Da mesma forma que os que plantam maldades e são negativas, não podem receber outra coisa em troca. Isso é a 3ª lei de Newton, ação e reação, e independe de a pessoa ser religiosa ou não.
Na verdade, acho que Deus é a força que se expressa na beleza do amor, em tudo o que há de bom, não naquilo que os homens dizem em nome dele para justificar seus domínios, guerras e riquezas. Não é fechado numa igreja que se encontra Deus, é no mais simples e singelo ato de amar o teu próximo, sem julgamentos, apenas respeita-lo apesar das diferenças. Foi isso que Jesus fez, e por isso foi executado.
São tantas as reflexões que bombardeiam minha cabeça, pois não é a certeza que procuro, mas a dúvida que me faz questionar sempre mais e expandir meu campo de visão. Mas cada vez que penso nisso, percebo como as religiões infantilizam as pessoas, tornando-as incapazes de reconhecer como consequências de seus próprios atos e escolhas o sucesso ou fracasso de suas amargas vidas, que se reprimem dentro de uma igreja para tentar aplacar suas existências mesquinhas e hipócritas, sempre justificando tudo como sendo "vontade de Deus". Que dão crédito a pilantras que se dizem portadores dos ensinamentos divinos, enquanto se enriquecem às custas de um povo cada vez mais ingênuo e imbecilizado, incapaz de caminhar com as próprias pernas enquanto lhes são vendidas as muletas.
Não sei se existe céu, inferno, reencarnação, como imaginam as mitologias desde o início da humanidade... possivelmente não haja absolutamente nada ao fim de nossa existência terrena. Apenas sei que o único tempo que temos para ser feliz é agora, aqui na Terra, sem esperar como a um cão adestrado, algum tipo de recompensa além da vida.