Somos donos do nosso próprio caminho? Ou por mais que lutemos, nunca sairemos do que já foi previsto para nós, isto é, estávamos predestinados a lutar até o fim? Eis a questão...
Na mitologia grega "destino" é uma das três moiras ou parcas (para os romanos), que com seus fios, na roda da fortuna, teciam a sorte dos homens e deuses, e a cortava quando bem entendesse. Nem mesmo o todo poderoso Zeus podia contra ela, pois qualquer coisa que fizesse alteraria de modo definitivo a sorte de todo universo.
Na filosofia também há um intenso debate em torno da questão do "livre arbítrio". Atualizando alguns questionamentos de Bento de Espinosa, como podemos ser livres para escolhermos o que queremos e como queremos, se a cada dia os cientistas descobrem em nosso DNA algum gene que nos faz propensos a fazer tal ação?
Bom, não é a primeira vez que me faço essas perguntas, mas, por mais imbecil que possa parecer, ela me voltou à tona assistindo o último filme da sequência clichê "Premonição". No filme, um rapaz tem uma visão sobre um grave acidente num autódromo, sanvando a si mesmo e várias outras pessoas de uma tragédia. Nem é preciso ter um dom especial para saber o que acontece em seguida, como em todos os outros filmes, a "morte" leva de forma ridícula cada um dos sobreviventes, na sequência em que deveriam ter morrido.
Tendo pistas sobre o próximo a ir para o "mundo de Hades", ele tenta a todo custo enganar a morte, aparentemente conseguindo, até que, instantes antes de ser atingido por um guindaste desgovernado, se dá conta de que tudo o que havia feito era a vontade do destino, que os conduzira até ali.
É exatamente nesse ponto que imagino nossa sociedade bastante próxima das da antiguidade. Assim como nós, por mais "desenvolvidos" que fossem, na falta de um conhecimento concreto, recorriam a explicações mitológicas e fabulosas, das quais hoje rimos e achamos imbecis, mas que fazemos igual. É muito comum as pessoas colocarem na conta de Deus, diabo ou ao destino seu sucesso ou fracasso, se omitindo de assumir a responsabilidade de construtor de seu próprio caminho, pois é muito cômodo e menos doloroso não encarar a vida como ela é. Bom, esse papo vai longe...
Abração!!!!