Chegando ao poder, Getúlio Vargas colocou fim a décadas de "república café-com-leite", quando presidentes de São Paulo e Minas Gerais se revezavam na presidência. 1929 é um ano decisivo pra gente entender os porquês dessa transição, pois para a eleição deste ano o paulista Washington Luis deveria indicar um presidente mineiro, mas rompeu com o pacto apoiando outro paulista, Julio Prestes. Assim, revoltada, a elite mineira se une aos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e da Paraíba, que se sentiam excluídos do poder, e lançam a candidatura de Vargas, tendo como vice o paraibano João Pessoa.

Ressentida pela perda de poder e status, São Paulo não aceita a derrota e volta a pegar em armas na Revolução Constitucionalista, em 1932, exigindo uma nova Constituição para o Brasil, além de eleições e limitação do poder de Vargas. Mesmo perdendo nos campos de batalha, os paulistas conseguem parte de suas reivindicações, uma nova Carta Constitucional é promulgada e Getúlio começa a exercer um mandato presidente, a partir de então com duração máxima de 4 anos.
A década de 1930, no entanto, não foi um período de tranquilidade em lugar nenhum. Como reflexos da crise de 1929 (iniciada com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque), por toda parte a cena mais comum era a de imensas taxas de desemprego, muitas dificuldades dos governos em pagarem suas dívidas e uma escalada cada vez maior do autoritarismo no mundo. Stalin, Hitler e Mussulini se fortaleciam na Europa, e Vargas acompanha tudo de perto, esperando também a sua oportunidade de se tornar ditador no Brasil.
To be continued...