"Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas, e pessoas transformam o mundo". (Paulo Freire)
domingo, 13 de junho de 2010
Rocky Balboa!
Se um dia eu for chamado a fazer uma palestra motivacional um dos assuntos que com certeza falarei - além do impagável Joseph Climber, da "Companhia de Comédia os Melhores do Mundo" - será da trajetória de Rocky Balboa, interpretado no cinema por Sylvester Stallone. Superação é a marca que acompanha o "garanhão italiano" desde o primeiro filme, quando é um lutador que de repente se vê frente à grande chance da sua vida, ao sexto, quando já passando dos 60, retoma sua rotina de treinos para enfrentar um campeão mundial de pesos pesados odiado pelo público.
Muito mais do que apanhar e ficar desfigurado por seus adversários, Rocky a todo momento apanha da vida, da descrença em si mesmo, porém, invariavelmente aguentando ao menos até o último round.
Balboa e os adversários que enfrenta ao longo da sequência, como Apolo Creed (I e II), Clubber Lang (III) e o soviético Ivan Drago (IV) nos ensinam ainda que vencer é algo muito além do que ser campeão, pois de nada adianta a glória se ela é vazia de significado. Esta é claramente uma crítica ao "vencer a qualquer preço", também à ideia de que os fins justificam os meios (por não trazer Maquiavel para nosso texto?).
Outra lição que também fica é o valor da família enquanto estrutura de qualquer pessoa. É nela, especialmente em sua esposa, Adrian, que Rocky sempre busca forças e onde o monstro dos ringues se revela um dedicado pai e um apaixonado marido. Bastante avariado pelos constantes golpes, é sempre Adrian a primeira a lhe dizer que sua vida vale mais do que todo dinheiro e fama do mundo.
O filme também é bem claro ao associar o sucesso dos atletas da URSS ao uso de esteróides, sendo que também os EUA são "recordistas olímpicos" em atletas pegos em exames antidoping. Se não tiver pelo menos um pouco de hipocrisia, não é filme americano!
Por fim, não poderia passar despercebido o contorno ideológico que ganha o 4º filme. Após ver seu amigo, Apolo Doutrinador, ser morto no ringue pelo lutador russo, o então atual campeão mundial Rocky Balboa é desafiado a uma revanche, só que desta vez em Moscou.
Rodado na década final da Guerra Fria, o filme tem o nítido objetivo de contrastar dois mundos distintos, o da liberdade e oportunidade (EUA) contra um frio e cruel país, onde as pessoas seriam vigiadas e controladas pela ditadura comunista (URSS).
Para se adaptar ao clima, Rocky vai treinar na Sibéria, sempre sob a vigilância dos agentes da KGB, o serviço secreto russo.
Rocky, usando bermuda com as cores da bandeira estadunidense, é odiado e xingado pelo público o tempo todo, sob os atentos olhares dos membros do Politiburo, o órgão central do governo soviético, enquanto leva uma baita surra. Entretanto, devido à sua fribra, até mesmo a platéia passa a gritar seu nome e, vencendo, é aplaudido em pé pelos figurões soviéticos.
Como eu disse, se não tiver hipocrisia não é um filme de Hollywood...
O que caracterizou o período da Guerra Fria (1947 - 1989) foi a disputa entre projetos de sociedade e entre os enormes egos de EUA e URSS. A mensagem do filme é clara: Nem mesmo a centralização de poder e o "jogo sujo" dos russos seriam capazes de vencer o poder de superação dos EUA.
Agora sim pra finalizar, uma pequena reflexão sobre o poder de transformação social do esporte. O exemplo de Rocky Balboa extrapola os limites do cinema, imitando casos reais como o do campeão Brasileiro Popó, que deixou uma infância extremamente pobre na Bahia para ganhar o mundo. No futebol também encontramos diversos casos de superação como o de Balboa, de atletas que com seu talento conquistaram inimaginável riqueza. Destes, alguns souberam aproveitar os tempos de fama, outros se perderam e voltaram para a pobreza, mas isso já é assunto para outro post...
Grande abraço!
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Como diria o próprio Rocky, o Pensador " Não importa o quão forte você bate, mas sim o quanto você aguenta ficar de pé ". As lutas dele são absolutamente surreais, mas sempre depois de assistir um dos filmes a gente fica com aquele gostinho de " Yes, we can! " qhkahasksahk'
ResponderExcluirYes, we can! Surreais, mas absolutamente possíveis...
ResponderExcluirStallone não é nenhum filósofo, mas essa frase é simplesmente espetacular!
Sem fazer apologia a violência, o filme faz uma metáfora da verdadeira luta do dia a dia e como muitos preferem desistir a enfrentar seus obstáculos com coragem e determinação, por isso, estou com você meu amigo, Rocky é F...(com PH).
ResponderExcluirao mesmo tempo um drama e filosofia de vida. pois "ainda não ouvi o gongo! mais um round!"
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